23 de abr. de 2010

Preconceito

Empresários do Nova Olaria
defendem repressão aos jovens!


Em matéria do jornal Zero Hora, no dia 20/04, empresário da Cidade Baixa defende repressão aos jovens de baixa renda que não tem condições financeiras de consumir no Centro Comercial Nova Olaria.

Por Lisiane Storniolo,  da Secretaria GLBT do PSTU

Os jovens que se reúnem em frente ao centro comercial Nova Olaria, situado na rua Gen. Lima e Silva, na capital são vitimas de preconceito já faz muito tempo, mas desta vez foi incitada pelo dono do cinema Guion, Carlos Schmidt.


O centro comercial é ponto de encontro de jovens, na sua maioria homossexual oriundos de famílias da classe trabalhadora, estes jovens se reúnem para confraternizar e se divertir, como todos que freqüentam o bairro Cidade Baixa.

Há pouco mais de 3 anos a discriminação a estes jovens aumentou no local, os banheiros foram fechados, os seguranças impedem a entrada destes jovens ao centro comercial, chegando ao ponto de serem brutalmente agredidos e reprimidos pela brigada militar, como ocorreu em junho do ano passado.

Agora, Carlos Schimidt, através de seu facebook e em entrevista a ZH, acusa os jovens de promiscuidade e uso de drogas no local, e ainda diz que os jovens impedem o direito de ir e vir de pessoas que freqüentam o Nova Olária.

Vamos deixar a hipocrisia de lado, o que ele chama de promiscuidade são as manifestações de homoafetividade. Pois se tu és homossexual com poder aquisitivo para consumir e pagar os altos valores cobrados pelos estabelecimentos do local, tu és bem tratado, e pode te manifestar a vontade. Ele afirma que existe o uso de drogas no local, mas o que os jovens consomem são bebidas alcoólicas e cigarros, como não são comprados no local e sim em outros estabelecimentos gera maior intolerância dos donos dos estabelecimentos aos jovens.

Claro que pode haver casos isolados, afinal reúne-se ali algumas dezenas de jovens aos domingos.

O direito de ir e vir - É exatamente isto que estes jovens estão fazendo, usando seus direitos de ir e vir, a Constituição Federal que garante a todos o direito de reunirem-se pacificamente em locais públicos.

Na entrevista à ZH Carlos Schimidt diz: “... Se já tivesse ocorrido uma morte, como teve na redenção, talvez já tivessem feito algo. Parece que esperam por isso...”. Parece que o Sr. Carlos não conhece os jovens que ali freqüentam, é uma “garotada” pacifica, que se reúnem exclusivamente para conversar e se divertir como quaisquer outros jovens da mesma idade.

Segundo o major da BM, Lucio Ruzicki, também em entrevista a ZH, são feitas apenas 3 ocorrências criminais por mês em torno ao centro comercial, e são via de regra, de desordem, nenhum crime, apenas reclamações contestáveis. Para ocorrer violência e morte por ali, apenas se for promovido por grupos skinheads ou incitado por alguém que não freqüenta o local e queira que os jovens parem de reunirem-se neste local.

Quem teria que indignar-se são os jovens, que não possuem uma política publica para resolver os constantes ataques e manifestações de homofobia que sofrem, nem tem seus direitos garantidos como a Lei Orgânica Municipal, Artigo 150, que veda a discriminação por orientação sexual em estabelecimentos comerciais. A luta contra o preconceito continua!

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