11 de dez. de 2013

Cesta Básica de Porto Alegre é a mais cara do país pela segunda vez consecutiva

Por Lucas Sena

Em novembro o conjunto de alimentos de primeira necessidade custava R$ 328,72 na Capital.


O valor da cesta básica em Porto Alegre subiu 1,18% nesse mês, o que mantém a capital gaúcha em primeiro lugar no ranking brasileiro de preços da cesta básica. O valor acumulado do último período é de 14,6%. O reflexo do reajuste atinge de forma mais intensa as famílias de baixa renda. A cesta básica representou 52,7% do salário mínimo líquido, o que, na prática, faz com que as famílias de baixa renda tenham a maior parte do que ganha consumida pelos meios de subsistência mais básicos. Uma grande parte da População de Porto Alegre trabalha apenas para sobreviver.

Dentre os alimentos que tiveram maior reajuste, o tomate (9,37%) e o açúcar (7,23%) apresentaram maior alta em relação ao mês anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, tomate (46,86% mais caro) e farinha (41,25% mais cara). O Aumento nos preços dos alimentos é muito superior ao reajuste que a maior parte da classe trabalhadora recebeu nesse período. É uma expressão nítida do achatamento das condições de vida dos trabalhadores que se deparam com um ritmo de trabalho infernal e com defasagem salarial.

A responsabilidade do alto preço dos alimentos é essencialmente do Governo Dilma. Esse aumento é um fenômeno nacional decorrente do papel que o governo tem cumprido em relação à reforma agrária. O governo Dilma fez muito pouco por esse tema e tem a política de beneficiar o agronegócio.

A cesta básica da capital é mais uma expressão de que a cidade é governada para os ricos. O prefeito Fortunati vem realizando um processo de remoção de inúmeras comunidades, além da privatização de espaços públicos. Fortunati, que já foi derrotado nas ruas na luta contra o aumento da passagem, precisa ser derrotado novamente. Para isso, é preciso uma unidade dos movimentos sociais no combate ao governo de conjunto.

Nós defendemos o congelamento dos preços dos alimentos, o aumento geral dos salários e uma profunda reforma agrária que derrote o latifúndio, para que tenhamos uma produção alimentar a serviço dos trabalhadores.

6 de dez. de 2013

Resposta a carta de Tarso Genro ao PSTU

   Resposta a carta de Tarso Genro ao PSTU

Governador Tarso escreve carta, mas não adota nenhuma medida prática para acabar com a criminalização dos lutadores

Há 2 meses a polícia invadiu casas de militantes do PSTU, do PSOL, anarquistas e independentes que faziam parte do Bloco de Lutas como parte de sua política de criminalização das lideranças das jornadas de junho.
Em audiência com o governador naquela ocasião o PSTU denunciou o absurdo cometido e exigiu que anulassem os inquéritos e perseguições políticas a todos os envolvidos. Durante a audiência o governo tentou descaracterizar que estava acontecendo criminalização das lideranças das manifestações de rua que sacudiram Porto Alegre e o Brasil. Na ocasião o governo disse que em 15 dias iriam se pronunciar.
Passados dois meses, nesta quinta-feira (5/12) o secretário de segurança, representando o governo, entregou uma carta de 5 páginas a Vera Guasso, presidente do PSTU Gaúcho, em audiência. A carta elenca elogios a segurança pública gaúcha pela forma como tratou as manifestações. Em segundo lugar diz que tudo está ocorrendo dentro da lei e destaca que cada órgão age de forma independente e com autonomia. Por fim, o governo diz que vai continuar as investigações e manterá futuros processos decorrentes dos inquéritos e investigações em andamento.
Toda a resposta está baseada em uma defesa da política de segurança pública do Governo Estadual e da atuação da Brigada Militar e da Polícia Civil. Em nenhum momento o governo justifica a invasão da casa de militantes devidamente conhecidos como lideranças das manifestações. Não explica como levaram dos locais e das casas materiais políticos, computadores e livros. Também não explica como os comandantes maiores das forças de segurança, no caso o secretario de segurança e o próprio governador, não sabiam, como declarado por eles, do que estava acontecendo.
A resposta do Governo Tarso mostra mais uma vez como o PT foi abandonando a luta dos trabalhadores e da juventude e se vinculando cada vez mais aos interesses da burguesia e dos aparelhos de repressão do estado.
De nossa parte continuamos exigindo o fim da criminalização dos movimentos sociais e das lideranças políticas que estão sendo investigadas e processadas.

Fim dos inquéritos imediatamente.
Desmilitarização da Política Militar.

Devolução imediata dos computadores e demais materiais apreendidos nas casas dos militantes.