11 de mar. de 2014

Devemos seguir os exemplos dos Garis do Rio e Rodoviários de Poa para retomar as grandes mobilizações e lutar por um transporte público

Devemos seguir os exemplos dos Garis do Rio e Rodoviários de Poa para retomar as grandes mobilizações e lutar por um transporte público

Um pouco do histórico da Luta em defesa do transporte público

1-Nos orgulha o fato de Porto Alegre ser reconhecida a nível nacional como a capital que está na vanguarda dos debates relacionados a crise do transporte público. Mas esse fato se deve essencialmente a ação dos movimentos sociais, principalmente os rodoviários e as organizações articuladas em torno ao Bloco de Lutas pelo Transporte Público, pois o prefeito José Fortunati e seu secretariado possuem a marca do autoritarismo diante das reivindicações do povo e da subserviência ao que se convencionou chamar de "máfia do transporte". Três experiências comprovam essa constatação: a luta da juventude em abril de 2013, que derrotou o aumento das passagens a revelia do prefeito, que foi obrigado a atender a uma decisão judicial; o engavetamento dos projetos elaborados durante a ocupação da Câmara de Vereadores, que apresentavam propostas sobre o passe livre e o fim do segredo nas contas das empresas, e a recente e vitoriosa greve dos rodoviários, onde a prefeitura se negou a intermediar qualquer negociação entre patrões e trabalhadores, pois já estava no lado da patronal há muito tempo.

A licitação de Fortunati está a serviço dos empresários do transporte


2- Retomar esse histórico tem importância no momento devido a iminência da abertura de uma licitação que pautará o modelo de transporte da capital. Fortunati se fechou novamente para o diálogo com o povo, ignorando o debate com os movimentos sociais. Em momento algum esteve colocada a possibilidade de participação do Bloco de Lutas e dos rodoviários de igual para igual nas Audiências Públicas realizadas sobre o tema. Não existe intenção por parte da prefeitura de realizar um verdadeiro debate democrático.Os principais protagonistas das ações populares foram deixados de lado, tudo para realizar uma mudança para pior no transporte público, conforme já observamos nas declarações que afirmam a intenção em rever as isenções, manter as péssimas condições de trabalho dos rodoviários e aumentar as passagens no mês de abril. Todo processo é um jogo de cartas marcadas. A inexistência de um processo licitatório era a prova cabal do conluio criminoso existente na administração do transporte, mas a resposta da prefeitura visa trocar 6 por meia dúzia e não ataca a raiz do problema, que é a predominância da iniciativa privada no transporte, que o transforma em fonte de lucro para poucos e sofrimento para muitos.

3 - Por isso, acreditamos que a tarefa central do movimento nesse momento é somar forças para apresentar ao conjunto da população a proposta de uma Porto Alegre 100% CARRIS, com o transporte estatizado sob o controle dos trabalhadores, sem pagamento de indenização aos empresários que por anos lucraram ilegalmente. Não restam dúvidas que precisamos de uma mudança radical e temos certeza que só concretizaremos esse programa com um setor massivo da população nas ruas novamente.

Qual caminho devemos seguir?





4 - Nesse sentido, mesmo discordando da forma como foi realizada a Audiência e a truculência absurda da Guarda Municipal de Porto Alegre orientada pela Prefeitura, também discordamos das ações realizadas por setores do movimento durante a realização do evento. Em nossa opinião, a melhor forma de denunciar para a população a farsa da licitação e divulgar nossas pautas, era ocupando o espaço das falas no plenário e mantendo nossa agitação nas arquibancadas. Não para legitimar o circo armado, que por sinal teve seu objetivo cumprido pela prefeitura que já garantiu a validade jurídica da Audiência, mas para demonstrar claramente que existem duas propostas em disputa e evitar a ofensiva de criminalização da mídia e a tentativa demagógica de Fortunati, que agora quer posar como o democrático perante a população. Os incidentes criados na Audiência vão acabar aumentando a confusão na cabeça do povo, alimentado pelas informações da mídia manipuladora. Já está provado que ações isoladas da população não agregam, mas a afastam das manifestações e massificar novamente os atos deve ser a nossa meta.

5 - Estamos numa conjuntura marcada pelo aumento da polarização social. O ascenso das lutas se demonstra na greve dos operários do COMPERJ que em assembleia com 20 mil trabalhadores mantiveram os mais de 30 dias de paralisação, na vitória dos garis, que pararam em pleno carnaval carioca e demonstraram que na Copa também vai ter luta e na histórica greve dos rodoviários de Porto Alegre. Ao mesmo tempo, segue a ofensiva de criminalização do movimento por parte dos governos que investem cada vez mais em armamentos e esquadrões anti mobilizações nas PMs e já autorizaram o uso do Exército; querem aprovar nas próximas semanas as leis antiterror e de controle das mobilizações; e prosseguem com os inquéritos aos ativistas do Bloco de Lutas. O momento é estratégico pois estamos a menos de 100 dias da Copa e o grande medo dos governos e da FIFA é que roubemos a cena novamente e conquistemos vitórias. Devemos nos inspirar nos exemplos da classe trabalhadora que protagonizaram em 2014 movimentos coletivos e unificados e conquistaram vitórias. Devemos retomar a construção de uma pauta unitária do movimento onde prevaleça a ação coletiva para retomar o caminho de diálogo com a população com o objetivo de massificar novamente os protestos. Somente assim vamos derrotar os governos e a burguesia e obter vitórias.

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