27 de ago. de 2015

Os protestos na ERS 118 em Sapucaia e os reflexos do ajuste fiscal do Governo Sartori.


(Foto Mateus Bruxel - Agência RBS)

Tem sido notícia em quase todos os veículos de comunicação a reação dos servidores estaduais ao parcelamento de salários e os projetos de ajuste fiscal do governo Sartori. Pode passar na cabeça de muitos trabalhadores que as medidas de ajuste fiscal antingem apenas os servidores públicos. A verdade é que atinge o conjunto da população e seus efeitos imediatos a partir do corte das verbas sociais e a política de arrocho salarial atinge primeiro os mais pobres, que utilizam os serviços públicos e necessitam da saúde pública, da educação e de moradia.

Existe um vasto campo para pesquisar os efeitos já sentidos do ajuste fiscal de Sartori/Dilma. Basta ir aos hospitais que atendem o SUS que estão com verbas atrasadas pelo não repasse do dinheiro pelo estado que já totaliza cerca de 120 milhões de reais. Alguns hospitais já estão se negando a atender o SUS e outros já funcionam em piores condições.

Poderíamos ir também nas escolas do Rio Grande do Sul que estão com atraso das verbas para a manutenção e funcionamento básico da escola e também do transporte escolar. Muitas escolas já se encontram quase sem condições de funcionamento.

Neste artigo optamos por denunciar o que aconteceu essa semana em Sapucaia do Sul e expressa um dos aspectos mais perversos do corte de gastos que Dilma e Sartori vem aplicando que prejudica acima de tudo os mais pobres que ficam sem direitos mais básicos de existência como o direito a ter um lar para viver.

Os moradores que viviam as margens da ERS 118 foram retirados das casas que viviam para concluir a duplicação da estrada e passaram a receber um aluguel social para garantir seu direito básico de viver em uma casa com sua família. Esse acordo foi feito a cerca de 1 ano atrás e realizado pela Secretaria Estadual de Educação(SEHABS) em conjunto com os municípios de Sapucaia, Chachoeirinha e Gravataí.

Passados mais de um ano da retirada das famílias das suas casas, as obras de duplicação da RS estão paradas por causa do corte de gastos e o governo Sartori atrasou o pagamento do Aluguel Social de cerca de 500 reais para as famílias que perderam suas casas.

Desde quinta-feira(20/08) vem ocorrendo diariamente protestos nas margens da estrada com queimas de pneus e fechamento total nos dois sentidos da rodovia. Os moradores se revoltaram, foram para as ruas e protestaram contra a política de ajuste do estado que atrasou o pagamento do aluguel social.

Abel Moraes, Metalúrgico e dirigente do PSTU , vive em Sapucaia a mais de 20 anos,  é morador do bairro Capão da Cruz, as margens da RS 118 e esteve presente nos protestos, dá sua opinião sobre as manifestações: “ o governo deveria pagar até o dia 10 de agosto o aluguel social para cerca de 800 famílias que saíram das suas casas para a duplicação da RS-118. Esse aluguel custa cerca de R$ 450 mil reais ao cofres do governo. O não pagamento do aluguel social atinge cerca de 4 mil pessoas. Eu vi muita revolta na população pelo descaso do governo Sartori. Como se não bastasse a promessa é pagar até o dia 29 de agosto, 60% do valor do aluguel”.

Ocorreu uma grande mobilização dos servidores estaduais com mais de 35 mil pessoas nas ruas e uma greve de 3 dias muito forte apesar do corpo mole da direção da CUT. Tudo indica que teremos uma nova greve de 4 dias a partir do dia 31 de agosto. As manifestações populares em Sapucaia são parte da luta contra os efeitos da crise. Acreditamos que no próximo período acontecerá cada vez mais lutas como essa porque os efeitos do ajuste vão atingir o conjunto da população e podem gerar manifestações populares. O PSTU apoia essas mobilizações e exige que Sartori pague imediatamente o Aluguel Social para todas as 800 famílias. É preciso unificar as lutas dos trabalhadores contra o ajuste de Sartori e Dilma para derrotar a política de colocar os trabalhadores para pagar os efeitos da crise.


Todo apoio a luta das famílias pelo direito ao Aluguel Social !

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